Leitura: A História de Hepzibah, parte 3

Hepzibah seguiu a direção em que Nila nascia. Ele não esperava prosseguir sem ter de lutar por muito tempo e estava certo. Felizmente havia agarrado duas boas cimitarras em sua saída expedita e considerava-se pronto para fugir ou morrer lutando. Não seria capturado novamente, não se pudesse impedir, não se sua própria espada pudesse alcançar seu cinerário coração antes que ele fosse preso ou nocauteado. Tinha aquilo como um mantra constante na mente.

E muitos sóis viram seus passos antes que finalmente desfalecesse de cansaço. Andou eras de mente sob os céus dourados de Ivoire, cortando caminho por dentro de matagais altos à golpes com as lâminas, mas por fim deitou-se sem que mais pudesse prosseguir. O poder cobrava seu tributo e ele se sentia vazio de energias, drenado.

Seguida à sua força, sua visão e consciência se esvaíram num sono letárgico que durou dias. Despertou na sombra da noite e com frio. Agora...

Não conseguiu se levantar.

Seus músculos eram pedra. Estava permeado com uma maldição. Capturado dentro de seu próprio corpo. Hepzibah fechou os olhos para gritar contra as estrelas e contra seu destino. O som que urgia era mudo, um silvo inaudível, e ele chorou marcando o rosto com lágrimas. A aura vermelha e verde ergueu chamas espirituais de metros sobre ele. Aquele poder não era seu. Sinalizava sua carcaça. Em minutos chegaram, cavalgando celados.

Hepzibah desejou estar morto, desejou muito estar morto. As cimitarras, inúteis, não serviriam seu propósito agora. Seu corpo foi recolhido sem resistência e em algum tempo, sua consciência foi se recolhendo à escuridão na cavalgada noturna que o levava de volta para seu inferno.

Nenhum comentário: