Artigo: Os Custódios

Eventualmente vê-se por Primaterra representantes da que pode ser uma das mais antigas das conjurações - os Custódios, ou "Závoles", como se falava antigamente. Estima-se que hajam civilizações de Custódios em partes distantes ou profundas do Rudra, já que parece inata a estes seres a capacidade de sobreviver em qualquer estágio das camadas astrais. Os pequenos seres, com rostos caninos semelhantes a pequeníssimas raposas completamente negras, de joelhos invertidos e compleição frágil, são capazes de operar com talento e prontidão toda sorte de mecanismos místicos - e dispõem de força prodigiosa para tanto se usarem os característicos bastões de ferro com argolas que costumam carregar. São quase sempre muito fluentes no titani e têm dificuldades imensas com o alvali.

São chamados assim os Custódios porque também lhes é inata uma qualidade de obediência fundamental que norteia suas vidas - histórias contam de grandes adeptos ou feiticeiros que utilizaram dos serviços dos Custódios para empreitadas de grande escala. Os poucos Custódios encontrados na superfície sofrem do mal da uranofobia - temem, incrivelmente, o próprio céu, aberto, infinito e instável. Eles geralmente não sabem muito mais sobre a própria raça do que nós mesmos, ou simplesmente não conseguem o explicar a humas em nenhuma língua.

As poucas pessoas que tiveram oportunidade de estudar os Custódios ao longo da história tiveram sobre eles muitas conclusões contraditórias - a maioria concorda, no entanto, que eles não parecem envelhecer, têm capacidades físicas limitadas, não são capazes de processar misticamente nada mais complicado do que as mais simples das geomancias, são dotados de uma humildade profunda e ao mesmo tempo são fugidios, assustadiços e perigosamente inteligentes.

Artigo: Crenças sobre o Vento

Encontram-se em muitos textos do Profeta advertências contra o vento - a respiração de Maeve sobre a terra, que acidentalmente pode soprar fora a alma de uma pessoa - uma morte gentil que é fonte dos medos mais internos de tantos. Me surpreendeu saber que até em Ramona se pratica evitar os pés-de-vento que por vezes passam pelas praias. Em Faris, Odenheim e Cédara, as crianças são instruídas a não dormir com as janelas abertas - ainda que muitas a façam - e a entrar em casa rápido quando as árvores começassem a sacudir em advertência. O vento nas costas nuas é o maior sacrilégio possível, normalmente arrancando gritos desesperados das mães. Ignorar estes cuidados deve ter sido a maior fonte de alegria rebelde de muitas crianças.

Ainda que crescidas, subitamente a idéia de ter suas almas sopradas para fora quando menos se esperava tenha ganhado tons sinistros dificilmente ignorados - será que as pessoas só começam a importar consigo mesmas quando as outras dependem delas?

Lendas também falam de artes antiquíssimas ivoreanas - envolvidas quase sempre com as cabalas locais - que permitiriam o controle sobre o vento em baixas altitudes, diferente do controle sobre os ventos altos dos  pastores de nuvens de Buriash. Esses adeptos são os primeiros a desmentir estas histórias, mas faz parte do imaginário popular - principalmente em Odenheim - conferir aos mais poderosos ivoreanos o poder sinistro de invocar fortes ventos estalando suas capas ou mesmo batendo palmas.

Lodis caiu!

Escrevo de Ramona, num posto avançado cedariano - desta terra cinza de onde vê-se o Infra por todos os lados, e gelo, seis anos depois do início da minha viagem e de trabalhar e conviver com os locais. Ouço de viajantes que Lodis caiu para os caliburanos liderados pelos Pristinos. Não se sabe há muito de Else - foi Aeolus quem realmente perdeu a cidade para seus trabalhadores.


Não faço idéia de como isso aconteceu. Muitos devem ter morrido. Maeve nos ajude.