Artigo: Crenças sobre o Vento

Encontram-se em muitos textos do Profeta advertências contra o vento - a respiração de Maeve sobre a terra, que acidentalmente pode soprar fora a alma de uma pessoa - uma morte gentil que é fonte dos medos mais internos de tantos. Me surpreendeu saber que até em Ramona se pratica evitar os pés-de-vento que por vezes passam pelas praias. Em Faris, Odenheim e Cédara, as crianças são instruídas a não dormir com as janelas abertas - ainda que muitas a façam - e a entrar em casa rápido quando as árvores começassem a sacudir em advertência. O vento nas costas nuas é o maior sacrilégio possível, normalmente arrancando gritos desesperados das mães. Ignorar estes cuidados deve ter sido a maior fonte de alegria rebelde de muitas crianças.

Ainda que crescidas, subitamente a idéia de ter suas almas sopradas para fora quando menos se esperava tenha ganhado tons sinistros dificilmente ignorados - será que as pessoas só começam a importar consigo mesmas quando as outras dependem delas?

Lendas também falam de artes antiquíssimas ivoreanas - envolvidas quase sempre com as cabalas locais - que permitiriam o controle sobre o vento em baixas altitudes, diferente do controle sobre os ventos altos dos  pastores de nuvens de Buriash. Esses adeptos são os primeiros a desmentir estas histórias, mas faz parte do imaginário popular - principalmente em Odenheim - conferir aos mais poderosos ivoreanos o poder sinistro de invocar fortes ventos estalando suas capas ou mesmo batendo palmas.

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