Artigo: A Espada da Velha Guarda

A chamada Espada da Velha Guarda, usada com duas mãos, com um único fio, larga, leve e poderosa, surgiu quase cem anos após o Gládio Odeniano a pedido de Remus Meredith II, que foi imperador de Odenheim de 377 D.F. a 459 D.F., constituindo um dos maiores períodos de regência ininterrupta da história do país. Inicialmente, estas armas eram feitas exclusivamente para os Elmos Escarlates, em medidas e formato específico pedido por eles; com o tempo, no entanto, artesãos independentes começaram a produzir réplicas das espadas mais famosas para aventureiros e para venda em outros países, de qualidade quase sempre tão boa ou melhor do que as forjas imperiais.

A Espada da Velha Guarda era feita de cerâmica alquimicamente tratada, esculpida em formatos alegóricos segundo as vontades do cavaleiro e (segundo registros históricos) enviada a Longinus, onde reptantes feiticeiros lhe talhavam um glifo que lhe conferia um efeito mágico. Remus nunca tolerou a feitiçaria – mas permitia que os efeitos fossem usados fora dos limites de Odenheim.

Com o aumento da vigilância internacional contra a feitiçaria e a recente extinção do clã Fafnir em Longinus, é possível que não hajam Velhas-Guardas contemporâneas que tenham sido objeto dos glifos feiticeiros. Ferreiros menos escrupulosos incluem imitações toscas dos glifos originais nas lâminas quando eles têm o desenho à disposição. Já vi muitas delas com glifos simplesmente inventados e completamente não-funcionais.

É possível que a nova sagração dos Elmos Escarlates e de outras brigadas antigas venha a requerer uma nova coleção de Velhas-Guardas; por enquanto, as ótimas armas de cerâmica ainda não perderam fio ou funcionalidade.

Artigo: O Gládio Odeniano

O gládio odeniano é uma espada pesada, curta e levemente desbalanceada, usada com as duas mãos; de cabo longo, guarda praticamente inexistente (ausente na maioria das espadas), e fio dos dois lados; ela foi, muito provavelmente, uma das primeiras armas criadas em Odenheim, para sustentar um contingente de jovens aristocratas ávidos por um esporte marcial emocionante. Os primeiros gládios odenianos datam de aproximadamente 430 D.F., no reinado da Imperatriz Michaela Chantel.

A fama de ineficácia do gládio odeniano deve-se à arte pobre e mecânica que foi ensinada aos cavaleiros da Ordem Pristina (que era uma ordem de elite na época), na verdade a única que dedicava-se ao manejo desta arma. Acredita-se que o estilo tenha sido a primeira escola nacional de esgrima; esta afirmação, vigente em muitos livros e ensinada a muitas pessoas, é falsa. Investidores particulares financiaram a viagem de Ganix, um lendário mestre-de-armas longiniano da época, para que ele criasse um manejo poderoso para a nova arma. Tenho minhas suspeitas que os kishis reuniram-se em conselho e orientaram Ganix para que ele criasse o estilo menos efetivo possível, retardando por séculos o progresso marcial de Odenheim.

Anos não bastaram para provar aos obstinados militares odenianos que o estilo era pouco eficiente. O estilo do gládio curto odeniano foi enterrado junto com o fim da Ordem Pristina, quando Dário Meredith, o Duque Negro de Lodis assumiu o trono de Odenheim e enviou quase todos os cavaleiros restantes às guerras nas fronteiras das Ilhas Sagradas, os perdendo rapidamente para os batalhões ivoreanos.

Imagino que seja pouco provável que haja um renascimento do gládio odeniano, a não ser em outro estilo terminantemente diferente. Mesmo os cavaleiros-bandidos, órfãos da Pristina, não fizeram renascer este estilo, usando, em sua maioria, Espadas de Aventurina (de manejo natural, prático, efetivo) ao invés dos Gládios.