Artigo: Ravanas

A ravana longiniana, Ravian sidera, é uma grande ave aparentada com os garudas, mas de tamanho menor e cor que vai de vermelho claro a um escarlate encarnado e brilhante. As ravanas também dão origem a plumas completamente brancas, mas as arrancam tão logo nascem. São aves orgulhosas que se alimentam de cerejas e maçãs (que supostamente teriam dado a elas sua coloração). Contam os longinianos que o sangue da ravana, derramado por sua própria vontade, pode salvar um homem ou fazer a forja de uma espada ficar indestrutível.

Sua visão é comum em épocas de guerra. Os guerreiros longinianos chamam os ravanas de 'grandes condenadores' porque eles sempre são vistos em lugares onde gente morre. Nunca se aproximam, mas é certa a presença deles nos céus. Os com fé mais otimista tomam-os por guardiões dos campos de batalha. Outros pensam neles como arautos do sofrimento.

Os ravanas por si parecem não se importar com nenhuma das designações. Não gostam de serem chamados em titani e se misturam pouco, mesmo com damdarans. Dificilmente se arranca palavras deles; arranjos florais de algum tamanho feitos no solo os atraem, principalmente se contiverem cerejas e maçãs, e eles podem vir a estacionarem-se num lugar onde hajam oferendas freqüentes. Contudo, não oferecerão nada mais do que sua presença.

Muitos longinianos nascidos no pós-guerra os consideram arautos de Maeve e sinal de boa sorte. Diz-se que a Imperatriz Neman tem um amor incontestável pelos ravanas.

Artigo: A Cidade Tumular

Dentro da religião ortodoxa maevita existem muitos ritos fúnebres canonizados e reconhecidos pelos hierofantes. De fato, a maioria dos Altíssimos tem pelo menos um rito especial de dedicação, reservado aos seus seguidores mais fiéis. Alguns, como os ritos de Buriash, Idun e Lodis, são de grandes glórias e esplendores, mas os rituais mais praticados são os ecumênicos que suplicam "à Maeve e a todos os Maiores" que guie a alma do morto a lugares melhores.

Um dos rituais mais praticados por aristocratas em grandes cidades é a Procissão, quando objetos queridos do falecido são levados por seus familiares ou amigos até seu túmulo. A maioria destes túmulos são pequenas capelas dedicadas à alguns Altíssimos que tenham ajudado o falecido em vida, e com inscrições relativas à pessoa. Na capela ficam depositadas estas lembranças - pessoas muito virtuosas ou de vontade transcedental podem fazer com que estas ganhem propriedades geomânticas ou divinas, que podem ser recolhidas mais tarde por descendentes.

Quase trezentos anos desta tradição criaram uma espécie de cidade dos mortos a sul de Lodis. Ela tem vários nomes entre a aristocracia e outros muitos entre os tealeanos, que têm todo tipo de história estranha sobre o lugar. Chamam "Cidade Tumular", "Vila dos Pálidos" e "Baixo Distrito" o gigantesco cemitério com alas que separam umas famílias das outras. Lá não circulam guardas, somente adeptos e jardineiros. As relíquias ficam à plena vista e a maioria dos túmulos é aberta (com os caixões enterrados, obviamente). Houveram poucos casos de hereges e feiticeiros que assaltaram as capelas atrás de objetos divinos; hoje em dia, a circulação diurna e noturna lá é grande a ponto de impedir estes atos.

A única regra quando se entra na Cidade Tumular é manter-se em silêncio. Não existem grandes preocupações com decoro lá: muitas vezes, namorados vêm a este lugar calmo para passear, e artistas, em busca de inspiração. Nenhum dos atos é visto com maus olhos: muitas pessoas que passam por lá homenageiam seus queridos e, como se diz, 'fazem companhia às almas', mesmo que sem querer. Também se recomenda um mínimo de elegância no trajar.

A Cidade Tumular localiza-se do lado de fora das muralhas de Lodis, a mais ou menos uns vinte minutos de caminhada ou bem menos num celado bem-disposto. Todos os celados lodianos já se acostumaram à idéia de trotar silenciosamente perto do grande cemitério, mas se você trouxer um celado de fora, é bom alugar um na cidade. Eles são gentis por lá.