Leitura: O Impasse de Margrave

Em tempos recentes, um evento realmente assustador abalou a crença do clericato longiniano, e, de certa forma, do mundo inteiro. A sexta máxima deífica da fé de Maeve instiga os adeptos a não permitirem que vivam e prosperem os djins e seus descendentes. O que atravessou suas mentes quando um meio-djin, Shadrach de Chi, sob disfarce conseguiu uma Infusão do Fogo, tornando-se um adepto e desenvolvendo, em pouco tempo, pleno domínio sobre uma grande quantidade de milagres restaurativos.

A maioria dos adeptos que não viram o meio-djin cantando milagres acreditam tratar-se de uma farsa, mas até mesmo Ludgast reconheceu a veracidade do adepto e declarou que sua vida estava guardada pelo Império dali em diante. O resultado disso é que em nenhum lugar do mundo os meio-djins são considerados 'pessoas', salvo em Longinus. A lei foi escrita pelo punho do próprio Ludgast esperando que todos os outros países seguissem seus exemplo.

Shadrach está vivo até hoje, residente em Chi, em um alto cargo em meio aos cardeais da cidade. É respeitado e temido entre os adeptos mas seu semblante, assim como seus atos, são pacíficos.

Artigo: As Seis Máximas

O propósito de vida dos adeptos se resume nos mandamentos contidos nos vários livros deixados por Sharini. Existem seis máximas que resumem os mandamentos e o modo de vida que os adeptos (e todos os líderes de boa-fé) devem seguir. Estas máximas são universalmente reconhecidas em Natal, e estão sendo lentamente levadas a Calibur e ao Gâm Flutuante pelos colonizadores. Todas elas têm vários sentidos e são muito metafóricas; pessoas de lugares diferentes interpretam as mesmas palavras de maneiras radicalmente diferentes.

A primeira máxima: “Proteja o coração dos teus, e o teu coração.”
O “coração” é tomado por muitos como a alma e a bondade, e por outros como integridade física. O fato de Sharini ter dito para protejer o coração “dos teus” antes do próprio gera debates. Existe uma corrente filosófica ivoreana que acredita que a bondade dos outros deve ser protegida à custa da própria bondade, que deve-se pagar qualquer preço pela pureza do povo, mas não se deve ter medo de sacrificar a própria. Talvez isso justifique alguns atos macabros de guerra que alguns ministros ivoreanos têm tomado.

A segunda máxima: “Leva os teus para as terras do sol, e volta.”
O sentido universal desta máxima é que deve-se procurar os lugares abençoados, deixar lá as pessoas amadas, e voltar para aonde é precisa a ajuda. A parte dolorosa deste mandamento é “deixar” os amados: Sharini ordena uma separação, não a perpetuação do amor. Reptantes feiticeiros longinianos, em busca de alguma religião, abraçam este mandamento para guerrear pelas terras ancestrais de seus clãs. Líderes da guerra em Ivoire encontram paz nestas palavras, acreditando que estão seguindo desígnios divinos.

A terceira máxima: “Seja luz quando os oceanos lhe vierem escuros.”
Os adeptos acreditam que estas ordens dizem que, mesmo quando se está envolto em inimigos, não se deve ceder ou trair, nem juntar-se a eles; pelo contrário, brilhar ainda mais com a chama da paz e da bondade.

A quarta máxima: “Cante pelos caídos e ampare os que perderem o equilíbrio.”
Os “caídos” podem ser os mortos. Os adeptos nunca permitem que ninguém morra sem homenagens e ritos pela passagem e pelo fim da odisséia da vida. Acreditam que “sem equilíbrio” sejam os enfermos e os feridos, e não permitem que a jornada deles termine prematuramente. Há quem acredite que os caídos sejam os corrompidos, e que se deve orar por eles.

A quinta máxima: “Reconheça a si próprio nas águas calmas e inspire o ar.”
Esta frase foi traduzida de diversas maneiras ao longo dos séculos. Para os longinianos, deve-se tornar-se semelhante às águas calmas. Para muitos outros adeptos, deve-se reconhecer seu reflexo nas águas e conhecer a si mesmo, e regojizar-se com isso, buscando sempre maior poder pessoal e admirando a própria transformação.

A sexta máxima: “Não permita que prospere o fogo ou as garras.”
Todos entendem esta máxima precisamente da mesma maneira: os djins devem ser contidos e mortos, junto com o flagelo da conjuração. Em alguns países, mesmo meio-djins são vitimados por adeptos guerreiros, independente de sua disposição. Um grande golpe contra os adeptos aconteceu quando um meio-djin, sob disfarce, conseguiu submeter-se ao Ritual de Infusão e tornar-se, por pouco tempo, um adepto plenamente poderoso.

Leitura: Grande Lorde Aeolus, Plácido e Infalível, Líder Sobre Todos os Elmos Escarlates

Apesar de ter ingressado no meio militar odeniano sob Dálfon Palas, Aeolus Manlynx sempre teve em seu coração a lealdade à linhagem dos Meredith, herança de família. Durante séculos, os Meredith tiveram em suas primeiras fileiras os sires Manlynx, que eram conhecidos somente pelo primeiro nome dada sua quantidade. Sem senso de identidade ou amizade, o jovem Aeolus foi um dos primeiros a executar vários de seus amigos na inssureição de Soren Meredith contra o rei impuro, e ele carrega até hoje um corte longitudinal no peito feito pela espada decidida de Kachaturian quando este tomou o trono de volta para Ifalna Palas, filha de Dálfon.

Aeolus conheceu o então duque Dário Meredith enquanto este falava a muitos jovens na Universidade de Semíramis, buscando angariar aliados para derrubar a coroa de Ifalna. Ele não acreditava no jovem duque, mas rapidamente viu que ele herdou, além dos olhos, a vontade dominadora de seu pai. Foi mortalmente leal a ele até que ele, finalmente, desapareceu.

Dário o fez líder de seus esquadrões por dois motivos. O cavaleiro da armadura férrea nunca havia lhe falhado, primeiramente. Depois, porque ele tinha certeza que nada inesperado partiria do homem que nunca vacilou em cumprir ordens em sua vida. Dário tinha certeza que com uma ordem, Aeolus enterraria sua espada em seu próprio coração.

Hoje, com setenta e poucos anos, Aeolus espera a volta de seu mestre com serenidade. Ele cuidará para que nenhum impuro suba novamente no trono. Ele já viu seu país sofrer com isso mais de uma vez, em sua própria concepção, e sua espada está mais pronta do que nunca. A idade desgastou seus ossos mas parece ter feito eclodir nele uma força demoníaca oriunda da sabedoria da vitória. Quem um dia enfrentou Aeolus e por acaso sobreviveu viu-se morto antes que Aeolus desferisse o primeiro golpe.

Aeolus, o Elmo Escarlate, é uma parte ativa da Quimera. Ele acredita que Else cuidará bem de Odenheim enquanto souber seu lugar, e não permitirá que ela assuma liberdades enquanto viver. Sobretudo, ele tem uma fé firme no retorno do Imperador e seu único temor é morrer sem ter tido a possibilidade de concluir seus serviços à mando de Meredith.

A idade tornou seus cabelos castanhos platinados, assim como seus olhos. Quando não precisa cumprir funções cerimoniais, Aeolus anda fardado com os punhos cerrados. Em guerra, veste uma armadura pesadíssima de placas de ferro e usa sua própria espada de cerâmica, um presente de Soren há muito tempo. Ele fala pelos olhos e detém uma inteligência severa e pungente, que não envelheceu com o tempo.