Artigo: O Diamante de Wilm

A Cordilheira de Wilm é o nome que se dá para a região montanhosa que divide o final do estreito com Ayanan, ou, para vocês, jovens, a República de Rublo. Em Wilm repousam quatro torres-fortalezas construídas sob os altíssimos poderosos da Constelação de Hélice, pelos dois Imperadores Remus durante seus longos reinados. Todas elas, bem como suas terras e armas, ficaram para o comunismo: as quatro hoje formam o baluarte que, talvez, tenha desencorajado Meredith a atacar Rublo por terra.

A primeira delas foi Labrys, sob Terminus. Como Labrys veio a se tornar, além de uma fortaleza, uma cidade de trocas e de passagem, encarregada da taxação e do controle de todo tráfego entre Rublo e Oden, e, sobretudo pela vontade dos novos donos da terra, Labrys tornou-se Primeira Fortaleza Terminus, uma grande cidade murada, hoje dominada por peões, adeptos, estudiosos e muita gente, transformando uma cidade da guerra numa espécie de cortiço imenso, onde escudos funcionam como janelas e lanças espetadas no chão viram varais. Um odeniano provavelmente ficaria horrorizado com as armorarias cheias de mato e as muralhas dominadas pela hera, mas arrisco dizer que o povo lá vive bem contente.

A segunda fortaleza foi Vervain, sob Voltumna, o Cúmulo Recorrente. Esta fortaleza e templo das chuvas está atualmente abandonada: construída em um pináculo rochoso, tem pouca utilidade para a agricultura. Quando os salteadores e proscritos criarem coragem para empurrar aquelas grandes portas duplas de aur e arquirrocha (arquirrocha ou "rocha celeste" é uma espécie de pedra azul-escura profunda, quase preta, fácil de trabalhar e bastante sólida, muito usada em grandes portões), como eu dizia, quando os salteadores e proscritos criarem coragem para empurrar aquelas portas, encontrarão tesouros incríveis e cajados chamadores de raios, além de pelo menos uns cinco satélites muito entediados e enfurecidos...

A terceira foi Bethlehem, um grande castelo com três grandes planos para artilharia, sob Avelt, o Brilhor Noturno. Lá se faziam lâmpadas incandescentes, como as longinianas, mas com centelhas loucas que dançavam em tons de laranja e púrpura. Tinham até um grande farol de batalha cuja luz nunca foi acesa. É dito que seu lampejo poderia cegar um homem para sempre. Suas barricadas também eram as maiores. Se Iblis chegasse lá ele ia ver o que chamamos "resistência secular".

A última foi Impatiens, sob Cebalrai, Dominador dos Véus, a "Morada dos Invencíveis", uma fortaleza localmente famosa pelos seus caçadores de avantesma, aparentemente imortais graças às armas encantadas com o Bracelete da Concha Mística que transformava ferimentos em simples cansaço. Era um espetáculo tão certo vê-los lutar que lembro de cortejos os seguindo, com faixas e bandeirolas. Derrubavam avantesmas no mar, avantesmas costeiros, subjugavam satélites rebelados com grandes alabardas e bestas que disparavam munição mística.

Era bom... bons tempos... glória, capitalismo... adeus, Rublo! Pra mim chega.