Um pouco de pureza.

Despertamos com sinos educados do lado de fora. A maioria das pessoas saiu com pressa, temendo estarem atrasadas ou descumprindo alguma regra, mas não foi este ao caso. Um encarregado da República, que parecia estar cumprindo aquele ofício durante toda sua vida, vestindo um gibão vermelho e um chapéu com uma única pena, nos explicou que deveríamos manter o orquidário saudável e que um carro viria semanalmente buscar nossa produção e nos trazer mantimentos de acordo com os nossos próprios rendimentos. Nos explicou que, se passássemos por problemas, haviam duas estradas que levavam à lavouras próximas onde poderiam nos ajudar, e que se o problema fosse relativo a conjurações, que haveria um adepto veruniano de Idun vagando entre as lavouras e o orquidário todo dia.

Disse que poderíamos cunhar nossas próprias regras de trabalho, mas que não poderíamos abandonar o lugar sem autorização expressa da capital. Que estaria permitido a um de nós acompanhar o carro para a cidade murada de Lothair a leste, para onde as orquídeas estariam dirigidas. Que deveríamos enviar as orquídeas amarradas em buquês de cinco, postas em vasilhas d'água.

As interrogações ainda não abandonaram minha mente.

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