Artigo: O Elmo do Incógnito e o Escudo-Mangual

Hoje falarei sobre duas peças peculiares de equipamento que todo aventureiro bem-informado deve conhecer: o elmo do incógnito e o escudo-mangual de Wyven-Dalien.

Antigamente existiam poucas manufaturas de elmos. A mais conhecida era a Armoraria Deirdre, conhecida pelo brasão do D duplo, que - pasmem - dava conta de todos os pedidos de elmos de Natal inteira!! Explico. Trata-se de aproximadamente 200 D.F., então estamos falando de uma época que os odenianos mal conheciam os ivoreanos e vice-versa. As armas, quando eram usadas, eram usadas contra conjurações, e sempre mais como ameaça do que como ferramenta para matar. Então um elmo que era comprado por um país ficava por gerações.

Exatamente por este fato, a armoraria Deirdre patenteou uma espécie de elmo fechado, com barbatanas pontudas para trás, um bevor e uma viseira sisuda em forma de T. A parte de trás dele, ajustável com dois pinos, faz com que ele possa ser usado por praticamente qualquer pessoa. A manufatura do aço ainda engatinhava em Odenheim, e o elmo era feito do mais puro e belo ferro. Resultado: eles existem até hoje em quantidades indecentes.

Vamos ao terceiro ponto, e ao mais importante deles. O Elmo do Incógnito é chamado Elmo do Incógnito porque é perfeitamente normal ver um soldado de qualquer país vestindo um deles. Se você tem uma armadura minimamente parecida com a padrão e está usando um desses elmos, você se mistura como água a qualquer grupo grande de soldados.

Repito. Qualquer.

Então, amigos defensores da liberdade que não respeitam leis nem porcaria nenhuma e que têm que entrar naquele lugar especial sem serem notados, esperem a próxima troca de turno, façam movimentos sutis e entrem junto com os milicianos ou qualquer que seja a tropa de defesa. Com um desses elmos na cara você vira um suspiro e, de repente, ninguém ouviu falar de você.

A próxima peça que vamos abordar é o escudo-mangual. Ouvi falar que ele voltou a ser usado, infelizmente por cavaleiros abandonados por suas ordens, e bandidos. O escudo-mangual é uma peça interessantíssima que cobre tanto a função de proteger um aliado quanto a função de deslanchar ataques destruidores e desesperados. Tudo isso por causa de um pequeno detalhe no formato do escudo: ele é bem mais longo pra esquerda do que deveria.

Segurando ele como arma principal, ou seja, na mão direita, e segurando uma providencial corrente pela mão esquerda, o escudo-mangual é um escudo de corpo poderoso que cobre você e um colega de importância que esteja à sua esquerda. Se ele precisar se concentrar pra fazer alguma coisa, essa é a hora de você estar lá para defendê-lo.

E se seu adversário for um daqueles bem-treinados e irritantes retranqueiros com a espada (eu tive minhas aulas de esgrima com o gládio odeniano, para sua informação eu não sou só um escolástico desses que passaram a vida admirando olmos e lendo tomos caindo aos pedaços), você pode soltar o escudo da mão direita e virar um bom golpe de balanço usando-o como um poderoso mangual. Pra voltar ele no braço depois demora um tempo, mas se você tem uma arma secundária ou o combate está pra terminar, é sempre uma boa escolha.

Pense nesse escudo como uma daquelas velhas garruchas. Um tiro, uma queda.

É só por hoje.

Nenhum comentário: