Artigo: Azdares

Tudo o que se diz sobre a natureza violenta e cruel dos azdares é mentira. Eu tenho experiência pessoal com todas as três raças que conhecemos e ao longo dos anos percebi que os azdares são sociáveis e gregários, além de extremamente úteis se estimulados das maneiras corretas. Os azdares se tornaram famosos no mundo inteiro por causa de seu uso como montaria para as Legiões Triunfantes de Meredith. Hoje desbancaremos este mito e mostraremos os azdares como eles são. Para este artigo tive ajuda do nobilíssimo Lorde Volos, ex-legionário e atual criador de coronas e diabos-verdes.

O corpo do azdar é semelhante a uma grande pipa, com prolongamentos visíveis nas asas e uma cauda chata e longa. A maioria dos azdares tem músculos aparentes e, muitas vezes, protusões ósseas visíveis através da pele - quando um azdar se fere, seus ossos crescem de maneira diferente para suprir a área maculada. A cabeça do azdar é como uma flâmula, um triângulo invertido com um vinco no meio, criando a ilusão de dois chifres em forma de V.

Existem três espécies de azdar: os coronas (Darzii coeur), os diabos-verdes (Darzii diablevert) e os alados-de-Axúria (Darzii axuriensis ou Darzii vulgaris), em ordem de raridade.

A má reputação dos azdares entre os cedarianos se deve possivelmente os alados-de-Axúria. De cor de granito e olhos verde-claros ou dourados, sua natureza é extremamente pacífica. Entretanto, o aroma da maioria dos compostos alquímicos (a poção Chiron inclusa) lhes excitam e muitas vezes eles se atiram violentamente contra o possuidor dos compostos na intenção de engolir os frascos inteiros. Abandonar os frascos raramente é uma opção; só serve para atrasar o azdar; ele pára para engolir os compostos e depois persegue o seu possuidor na intenção de conseguir mais.

Como o sangue dos alados-de-Axúria é um ingrediente alquímico útil na assimilação de alguns pós específicos, muitas vezes alquimistas cedarianos posicionam compostos distantes uns dos outros para cansar os azdares antes de atacá-los com virotes envenenados. Esta prática cruel vem sendo executada há bons vinte anos nas proximidades de Axúria. Existe uma lei proibindo o ato, mas, como muitas coisas em Cédara, não passa do papel pois na prática não há quase fiscalização e penas para os infratores.

Vale ressaltar que o vôo, apesar de ser a forma de locomoção natural dos azdares, os cansa rapidamente: para erguer seu corpo pesado eles precisam de muita energia. Após aproximadamente vinte minutos de vôo, são raros os azdares que conseguem prosseguir voando, sobretudo com um cavaleiro no lombo.

Enquanto os alados-de-Axúria são perigosos e agressivos quando excitados, os diabos-verdes são praticamente animais de gado. Enormes, passivos e reticentes, eles quase não têm capacidade de vôo. Os ovos das fêmeas são uma iguaria culinária cedariana; alguns criadores conseguem os raríssimos diabos-verdes machos (eles têm uma proporção de vinte fêmeas para um macho) e os tornam reprodutores. Além disso, os genes do diabo-verde são relativamente fracos; os filhotes híbridos de diabos-verdes com alados-de-Axúria, chamados 'jervís', são resistentes e relativamente domesticáveis, algumas poucas vezes podendo ser usados como animais de montaria.

Os diabos-verdes são encontrados, em estado selvagem, em pradarias amplas onde conseguem se alimentar de vegetais e pequenos animais silvestres. Passam a maior parte do tempo hibernando; saem para alimentar-se durante as enchentes da Lua dos Cetros (quando muitos animais ficam encurralados pelas armadilhas das chuvas). São pacíficos e nem um pouco teimosos.

Finalmente, os coronas têm coloração vermelha-escura, garras cor-de-ferro e olhos castanhos expressivos. São maiores e mais musculosos que os alados-de-Axúria, apesar de ainda serem menores que os diabos-verdes. Voam rápido e praticamente não sentem dor. Estimulados com alguns elixires alquímicos específicos pelos quais têm muito apetite, são extremamente obedientes e territoriais, lutando ao lado de um cavaleiro humano com grande efetividade.

A característica mais interessante dos coronas é a capacidade natural deles de produzir uma descarga elétrica pelas patas. Esta descarga não é usada ofensivamente por eles; são usados de uma maneira muito mais fantástica: eles podem reviver seus cavaleiros usando o choque diretamente contra seus tóraxes, mesmo através da armadura. As vidas de muitos legionários já foram salvas pelos coronas.

Diferente da maioria das conjurações, a natureza mística dos coronas os permite absorver com facilidade qualquer concoção destinada a humanos e obter dela efeitos muito parecidos, senão iguais. Seu metabolismo absorve mais facilmente os princípios ativos das poções, compensando pela sua massa, que é muito maior que a de um humano.

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