Leitura: Idos de Nova Faris

No fogo cruzado entre Odenheim e Ivoire pelos últimos trinta anos, o movimento separatista farisiense conseguiu finalmente limpar as falanges ivoreanas da costa leste original do país. Hoje em dia, Faris tem dois terços do seu território original, tendo perdido limites à oeste para Ivoire e algumas poucas centenas de quilômetros a sul para Cédara enquanto colônia. Para os nativos, é quase como um milagre depois de anos de sofrimento sob a bandeira dos pardos.

A 'Nova' Faris hoje encontra-se arrasada pela guerra, mas o povo respira outros ares. Grandes caravanas peregrinam o solo do enorme país em busca de um lugar para erguer novas cidades, lideradas por jovens aventureiros e crianças da noite. As duas Belgrades já deram bons passos em seu caminho para voltarem a ser o que eram e Glenária quase não mudou. Bácari, Trói e Calcedona jazem abandonadas, tendo o Belvedere se tornado um inferno com três falhas mortais na redoma, ciclones e tempestades que duram meses, maquinária cedariana de restauração e verdadeiros exércitos de conjurações e cálciferes enlouquecidos. Sobretudo, o país está destruído e precisa ser refeito de um ponto que nunca foi visto, o ponto da desolação.

De onde estou, em Belgrade do Norte, eu vejo que a próxima cheia dos rios trará novas esperanças às pessoas. Por enquanto, uns poucos abastados como eu conseguem um mínimo de conforto, mas a maioria das pessoas está tendo que trabalhar duro, uma realidade que o povo farisiense nunca conheceu mas com a qual está lidando muito bem.

Orgulho-me de estar onde estou.

Não posso terminar sem mencionar, com algum protesto, a nobilíssima Aristocracia de Gartcross, uma das maiores tentativas de civilizar o coração decadente de Faris. Fundada por dervixes liderados por Fedra, a Mística, o pequeno condado durou pouco mais de dez anos, sem apoio nem respaldo das generosas regentes de Odenheim e de Rublo. É uma irmã do nosso povo lá, tentando reerguer a bandeira de um aliado nobremente e literalmente levantar um castelo no meio do deserto. O que fizemos? Nada.

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