Artigo: Longinus, Antes e Agora

Estas coisas vão mudar, então é bom falar delas agora antes que percamos os parâmetros. Séculos de guerras internas com os clãs feiticeiros tornaram o povo de Longinus experiente na conservação da própria vida no ambiente. Isto sempre foi reforçado pela proverbial fertilidade das terras longinianas; não fossem as guerras, é possível que Longinus superasse Faris e Cédara em produtividade, e agora que tudo acabou, parece que o futuro reserva esta posição ao reino das flores.

Afora os centros populacionais e as fortificações, grande parte da população de Longinus sempre esteve bandeando pelas terras do Império Sagrado em grupos de até dez pessoas liderados por kishis, lutando em táticas de guerrilha ao invés de reunir grandes exércitos. Esta singela sabedoria pode ter sido a chave da sobrevivência do Império após tanto tempo de ataques - afinal, como chegaram à conclusão muitos estrategistas estrangeiros, com um feitiço se matam cem homens tão bem quanto se matam dez se eles estiverem espalhados no mesmo espaço.

Estes destacamentos sempre sobreviveram da terra e mediavam seu consumo para que ela pudesse servir aos que viessem depois. Alimentavam-se do mínimo necessário para manterem-se vivos e seguiam em frente.

Há trinta e poucos anos as coisas têm mudado bastante. As armas foram largadas em favor de ferramentas e foices e o reino está começando a edificar-se lentamente; templos que não passavam de barracas estão ganhando suas primeiras pedras e já existe gente nascendo sem nunca ter visto o clarão profano de um feitiço.

Os longinianos têm um problema para se preocupar que talvez os afetasse menos antes; o legado dos Fafnires, diversos Olhos espalhados pelos céus, continuará trazendo tauroclasmas para dentro da redoma, e talvez os novos longinianos não aprendam também a perderem-se no mundo quando for necessário abandonar tudo que construíram. Talvez a guerra tenha apenas mudado de feições, mas prefiro pensar que os novos dias de Longinus serão mais brilhantes.

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