Leitura: A Transgressão e a Noite da Lanterna

O grito da Transgressão se tornou sinônimo de caos e perigo nas noites lodianas. Seus libertadores são ex-cavaleiros que desprezam a autoridade dos Elmos Escarlates e buscam libertação do mundo material, envolvidos com elixires alucinógenos e uma sinistra cultura das ruas. Eles têm laços próximos com os cavaleiros bandidos, órfãos da Ordem Pristina e das partes idealistas da Ordem de Astoreth, mas pode-se dizer que há pelo menos uma geração de idéias separando as duas facções. Enquanto os cavaleiros-bandidos estão perdidos há mais de 30 anos, só recentemente a Transgressão começou a ganhar espaço nas lendas negras dos cavaleiros que caem.

Quando um militar, cavaleiro ou soldado, torna-se desobediente ou revoltoso, ele é abandonado por Odenheim. Por "abandonado" entende-se que toda a vida, a família, os contatos e os recursos do militar são removidos e ele é forçado a deixar o país. Oficialmente, nenhuma parte do processo envolve violência, mas quando outros militares têm contas a acertar com o rebelde, é concedida uma espécie de 'carta branca' especial - muitos desses atos resultam na humilhação e na morte do exilado.

Os ex-militares que resistem ao exílio e voltam aos portões lodianos habitam os distritos fantasma construídos por Else. Estes formam o corpo de combate da Transgressão.

Quase semanalmente, a Transgressão, por meio de lideranças esparsas, se reúne na "Noite da Lanterna", em que unem suas armas em procissões destrutivas para aterrorizar a população. Eles preferencialmente vitimam bairros nobres, atirando para os ares, derrubando postes, quebrando coisas e não tendo piedade de pessoas que por acaso estejam na rua. Os poucos conflitos que já houveram entre a Transgressão e brigadas designadas para enfrentá-la foram sangrentos e não levaram a nada. O número de rebeldes só cresce com o tempo. Além do mais, a Quimera descobriu que muitos cavaleiros que ainda são leais têm amizades entre a Transgressão e penderiam para o lado inimigo com facilidade se houvesse tanta preocupação assim. Nas últimas seis luas, afora algumas perseguições quase encenadas, a Noite da Lanterna é quase uma festa livre para os rebeldes se sentirem à vontade em destruir Lodis.

O evento foi batizado por um cronista de um jornal pequeno da cidade, o 'Corrente'. O termo ganhou popularidade entre os universitários lodianos (muitos dos quais participaram da Noite da Lanterna - a primeira delas juntou muita gente que não tinha nada a ver com os militares, uma passeata de destruição só pela revolta, sem alvo, somente ondas de ódio se espalhando para lugar nenhum) e chegou rapidamente à própria Transgressão, que passou a chamar suas guerras dessa maneira.

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