Artigo: A Cidade de Wolfram

Wolfram é uma das mais setentrionais cidades de Odenheim, no extremo norte junto com Paris, casa da maior parte dos nortistas, lar de uma aristocracia esquecida e tristonha, sustentada por taxas e completamente improdutiva salvo uma armoraria levada por um único armeiro centenário que vez ou outra presenteia a capital com uma espada superior. Wolfram luta para manter-se presente e atual num país onde os aristocratas cada vez mais perdem o valor perante a Quimera.

A aristocracia de Wolfram é formada pelas casas Hallein e Mauthausen, longas aliadas que hoje em dia são consideradas uma só família. Enquanto bons governantes, vários Mauthausen se tornaram feiticeiros durante a guerra. Conta-se que, após expulsarem os ivoreanos de suas terras, fundaram uma vila nas colinas nevadas de Isfeld onde pudessem viver em paz com seus pecados. O pavor contra os feiticeiros da Casa Mauthausen foi grande o suficiente para que o povo unisse forças para forjar uma espécie de gládio de proteção (O Gládio Místico de Fulram). Segue um extrato dos textos de Granville acerca do assunto.

"As forjas do Norte setentrional de Odenheim começaram a produzir estes gládios copiados dos originais lodianos quando houve (ao redor de 730 D.F.) um surgimento drástico de feiticeiros na casa Mauthausen, que começaram a ameaçar a segurança dos condados nobres. Naqueles anos, retirou-se muita prata das minas nevadas próximas a Páris e Wolfram, e quase todo o estoque foi gasto na composição das espadas Fulram (cujo nome foi tirado de uma prece antiga à deusa contra os feiticeiros, vere stratos fugit fulram).

De tamanho e peso pequenos, muitas destas espadas eram carregadas pelas filhas dos aristocratas, às quais eram ensinados os fundamentos da luta com espadas, para que elas pudessem se defender de raptos e ataques místicos. Como os feiticeiros muitas vezes atacavam a partir de uma posição oculta, firmou-se o hábito de atar uma lâmina de espada Fulram à uma das tranças da menina, para que a mágica pudesse ser defletida, mesmo pelas costas."


Dos textos de Granville conclui-se que os Mauthausen que não se exilaram caíram na criminalidade para sobreviver. De fato, houve um pedido de socorro feito de Wolfram em 714 D.F. que nunca foi respondido. Diz-se que os Mauthausen de Isfeld vieram em socorro do povo mais uma vez contra os seus, e destruíram ou levaram para a cidade deles todos os dissindentes. A casa Hallein hoje em dia detém todos os gládios Fulram.

Neva muito em Wolfram; durante a maior parte do ano, os mares ao redor de suas estepes ficam cobertos por gelo; o solo fica enregelado e a grama não nasce; por isso, qualquer atividade primária produtiva é desencorajada pelas autoridades. Os Mauthausen foram grandes joalheiros e caixeiros-viajantes no passado, mas a tradição está esquecida desde o início da guerra. Os Hallein são uma família grande e nobre de nascença, de uma etnia misturada com os ivoreanos, de cabelos escuros e lisos. Suas várias ramificações de famílias também têm cabelos pretos, indicando a prevalência dos genes ivoreanos.

Os odenianos de cabelos pretos são chamados 'nortistas' pela maioria das pessoas justamente por causa dos Hallein. Diz-se que a ascendência ivoreana deles vem da longa estada de aristocratas de Yansar durante um cerco de rebeldes ao redor do século 4. Os aristocratas ivoreanos abrigaram-se diplomaticamente em Wolfram por mais de 140 anos. Muitos casaram-se com as nobres locais e tiveram filhos mestiços. A cor parda da pele se dissipou ao longo das gerações, mas os cabelos negros permaneceram até hoje entre a maior parte da população nobre de Wolfram.

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