Leitura: A História de Soren Meredith

Hoje escreverei, sem medo ou pudores, sobre um dos personagens mais marcantes da história de Odenheim. Existe uma ordem real que impede os escolásticos de publicarem quaisquer textos que mencionem os últimos regentes do país sem o crivo da Quimera. Como presumo que estarei desfrutando minha existência em um lugar muito longe daqui quando esta arca de ferro for aberta, não temo nada.

Meredith não é um nome próprio, como se imagina comumente. Meredith era, para lá de 200 D.F., uma trincheira imensa onde hoje é o norte de Vercel. Na imensa falha foi construído um castelo por um marquês de nome Remus, que supostamente seria filho da adúltera Princesa Febe, a Bela com um feiticeiro do norte setentrional de Odenheim chamado Kaspar. Como se não bastasse ter tido um filho de cabelos negros, Febe o agregou na corte, lhe dando títulos e terras.

Enquanto rica em minérios e possuidora de uma tundra subterrânea onde haviam conjurações de grande poder místico, a Fenda de Meredith era completamente inóspita. Compreendia, porém, boa parte dos territórios dados por Febe ao filho bastardo.

O Marquês Remus de Meredith, como passou a ser chamado, colocou a perder muitas vidas limpando o lugar. Seu castelo tinha alas encravadas na terra, várias fileiras de canhões, e por algum tempo, uma ordem de cavaleiros local. Remus conseguiu o prestígio com um senso forte de liderança e uma presença aterrorizante. Sobretudo ele amava tudo que havia feito.

Regia Odenheim, na época, a Imperatriz Michaela Chantel, filha de Kai Chantel Olhos-Negros. Insubmissa e forte, Michaela não teve filhos. Já Remus teve dois: Wolfram e Dargard. Quando Michaela se foi, o direito da coroa foi concedido a Dargard, filho mais velho, rebatizado Imperador Remus II de Meredith.

Na mesma época, terremotos sucessivos ameaçavam o castelo e a fenda. Apesar dos apelos do filho, Remus I, já idoso, não aceitou abandonar sua morada. Durante uma tempestade, a fenda fechou-se completamente, soterrando o castelo junto com Remus I e toda a aristocracia, que foi trancafiada por ele nas masmorras subterrâneas.

Pesaroso e desesperado, Remus II mandou escavarem a fenda para que ele pudesse reaver o corpo de seu pai e lhe dar um enterro digno. Ele entrou no castelo e não voltou por quase uma semana, deixando ordens expressas de que ninguém entrasse atrás dele. Quando finalmente voltou à superfície, trazia um enorme machado e os olhos chorosos. Estava mortalmente ferido.

Dargard, Remus II de Meredith casou-se com uma aristocrata longiniana, Heiko de Chi. Ainda chorava por seu pai, mas contam que foi o casamento mais majestoso de toda a história de Odenheim, sendo Heiko a noiva e a imperatriz mais bela de todas. O único filho do casal, Kaiser Meredith, foi o último e o mais grandioso imperador de Odenheim. Durante seu reinado, o país criou suas duas ordens de cavalaria mais famosas e fez alianças com Longinus (pois Kaiser tinha ascendência longiniana) e Faris.

Kaiser Meredith teve duas filhas mulheres: Kriska Isabelle a Pródiga, e Pluma Isabelle Meredith. O que Kriska tinha de talento, Pluma tinha de beleza. A jovem aristocrata fora tragicamente raptada ainda criança e desapareceu completamente. Kriska não almejava a coroa: era uma pianista prodigiosa e foi responsável por compor todas as marchas marciais odenianas.

Poucos dias antes da coroação da futura Imperatriz Kriska Isabelle Meredith, ela morreu misteriosamente. Diz-se que um amante revoltado a assassinara, mas a verdade provavelmente passa longe disto. O conselho decidiu coroar Dálfon Palas, neto de Wolfram e filho de um barão.

Kaiser opôs-se violentamente à decisão do conselho poucos dias antes de falecer. Tendo a linhagem real se quebrado, Dálfon Palas foi feito Rei ao invés de Imperador.

Rei Dálfon Palas, Eterno e Justo, era filho de Laelia Palas, que por sua vez era filha do Príncipe Wolfram com Ágata Palas de Veruna. Rei Dálfon governou com brandura e dedicação, e foi um rei querido pelo povo, principalmente depois que anunciou seu casamento com Katrin, a Intocável, e teve sua única e belíssima filha de cabelos vermelhos, Ifalna Palas.

O que poucos sabiam era que Kaiser havia tido um filho bastardo, meio-irmão de Pluma e Kriska.

Esse filho era ninguém menos que Soren Meredith, o futuro Rei-Demônio.

Tendo herdado o enorme machado de duas-mãos de Remus II, Soren Meredith comandou uma insurreição dos cavaleiros fiéis à linhagem real original. Em uma só noite, Soren invadiu o castelo com seus homens, destruiu os líderes das ordens e assassinou Dálfon. Dizia-se que o machado havia o possuído com a consciência insana de Remus, e que ele lhe dava poderes feiticeiros incalculáveis, herdados do sangue maculado do marquês.

Soren Meredith reinou por apenas quatro anos, nos quais destruiu ordens, rasgou armistícios, ergueu uma nova bandeira e mandou matar vários aristocratas. Foram dias de pavor para o povo odeniano em que houveram grandes hégiras. Cavaleiros poderosos de Odenheim, pelos quais Soren matinha algum respeito, foram exilados para Faris e para outras terras.

O Rei-Demônio quase iniciou uma guerra com Longinus e mandou todos os planinautas em missões praticamente suicidas através do Cinturão do Fogo e do mundo blindado de Kirin. Colocou Odenheim a par de Ivoire pela primeira vez a respeito de industrialização e tratou o povo como animais.

Foi derrotado e destronado por uma revolta comandada por I. Kachaturian, cavaleiro exilado para Faris, que havia se tornado por algum tempo um Dragão da República e conseguira um pequeno exército de aliados.

Um conselho militar regeu o país até que a pequena Ifalna Palas pudesse ser coroada, aos dezesseis anos. Foi criada junto ao filho de Soren, Dário Meredith.

3 comentários:

Anônimo disse...

Isso aí! Eu pwnei esse babaca! Uahahaha!

Anônimo disse...

Na verdade o senhor roubou nos dados quando rolou o dano daquele Alatus. Sinto-me injustiçado. Meu machado teria atravessado-lhe as costelas, marquês de ralé.

Anônimo disse...

Taquipariu. Soren noob. Não comprou vatiscinio!